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O Diabo Sempre Vem Pra Mais Um Drink (2009)

by Nene Altro & O Mal DeCaim

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1.
ALGUÉM DE VALOR Eu tento soar natural quando tudo é só por vício. Mas eu não consigo. Tento não mentir pra ter pudor. Não pensar sempre em mim. Mas eu não consigo. Eu tento amar sem sentir dor. Odiar sem ter amor. Mas eu não consigo. Eu tento ser alguém melhor. Juro, eu tento ser melhor. Mas eu não consigo. Me diz por quê costurar tais pontos que não vão se curar, não vão se fechar. Me diz por quê insistir tanto em ser alguém de valor. Alguém de valor... Não sou. Me traz só mais um copo então dessa porra que me torna um cão. Porque eu não consigo. Quero teu cuspe em redenção. Estar cego em tua escuridão. Eu só não consigo. Ave maria, isso cheira a desgraça e não me deixa solução.
2.
Diabo não me tente, me deixa em paz... “— Eu tenho tanto vício aqui que já não sou capaz!” Diabo não retorne que já me sinto um cão. “— Eu tenho álcool, drogas, carne quente...” — Não!!! Não!!! Não!!! Diabo por que eu? Não tem ninguém mais pra acordar? “— Levanta que eu quero dançar, dançar, dançar...” Diabo como estou aqui? Quem são os outros nesse bar? “— Vem beber mais... vem beber mais...” E eu corro em vão. E eu corro contra as luzes sem desviar dos carros. E este gosto é sal, e eu me sinto mal, mas sempre volto aqui. Sua língua toca meus ouvidos. As pupilas saltam do olhar. E eu não vejo mais, não vejo mais, não vejo mais... E o diabo sempre vem aqui. O diabo sempre me sorri. E o diabo sempre, o diabo sempre, sempre, sempre vem pra mais um drink
3.
Tolice ficar mais tempo aqui. O céu está mais quieto e as marcas da tempestade machucaram demais. Deve existir um lugar mais calmo. E eu não tenho mais nada a ver com essa dor. Eu pulei entre as estrelas e elas apagaram com meus passos. Dissemos tantas besteiras por medo de não ter coragem. Deve existir um lugar em que o tempo fique assim e deixe olhar pra trás e apagar pesadelos. Não vou mais apontar estrelas mortas e desejar que o vício te traga pra casa. Não sou mais o mesmo e não somos mais tão iguais. É triste, mas estou cansado. Deve existir um lugar.
4.
Tanto faz sair daqui. Não temos onde fugir. Está em nós, eu sei... Está em nós. Olhar no retrovisor. Tanta coisa sem valor. Pode não adiantar, mas estamos longe. Mau vício ou mais vício é querer a dor mais forte e escolher o lado errado sempre? Mau vício ou mais vício é querer a dor mais forte e escolher o lado errado? Um cigarro pra fumar. Menos ar pra respirar o hálito indecente destes corpos. Uma noite a mais não vai fazer peso no final. É só olhar sem enxergar as marcas no pescoço. Mau vício ou mais vício é querer a dor mais forte e escolher o lado errado sempre? Mau vício ou mais vício é querer a dor mais forte e escolher o lado errado? Tão difícil não ousar. Tão difícil não beber, fechar os olhos e deixar a vida escolher. Tão difícil não pensar. Tão difícil não querer encontrar ao amanhecer um lugar pra voltar. Mau vício ou mais vício é querer a dor mais forte e escolher o lado errado sempre? Mau vício ou mais vício é querer a dor mais forte e escolher o lado errado? Sempre que te sufoquei não queria respirar. Só queria ter alguém. Só queria ter.
5.
Perdi meus sonhos na cidade. Meus heróis não quiseram vir. Mas, eu não vou pedir ajuda. Não vou pedir ajuda! Hoje sou eu e você aqui: A minha pedra e o gigante. Eu vivo aqui, mas não posso esconder, não quero ser como vocês! Pra cidade cinza eu travo meus dentes. Com o olhar vermelho cuspo aguardente. Me passam rasteiras, me fazem chorar de ódio, de medo de não suportar. Meu vício é ser vivo. Meu sangue é valente. Guerreiro nas ruas, sou sobrevivente. Eu grito e a fumaça me faz sufocar. São Paulo você não vai me matar!
6.
Lobos 03:21
Não foi tudo errado, de tanto correr sem rumo me encontrei perdido com você. E é tão confuso, é tudo que neguei, que disse não querer ter e já não sei perder. Que tentei tanto não querer sonhar pra não sofrer, um lugar pra correr de grama verde até o dia amanhecer. Alguém pra conhecer, dar as mãos e querer um mundo junto. Ah, sou tão doente de viver, sou tão carente de sorrir, que vou sedento à teu calor, que não sei mais viver sem ti. Somos legião sem pressa, falando mil línguas e não deixamos nossas crianças perdidas no tempo. Somos lobos na floresta uivando pra lua e tão novos pra não querer bem mais que vício em nossos dias.
7.
Eu não tenho tempo. E afinal, quem é que vai saber dizer o que faz mal, tentar provar que, no final, não foi ninguém… Não foi nada demais. Um tiro, um trago, tanto faz. Eu sou problema e não sou mais só inocência. E, às vezes pago pra errar. E se acontece sempre algo a mais, eu juro, eu tento não olhar perdido pro vazio e não lembrar de mim. Porque as crianças estão na esquina trocando doces por cocaína e eu não suporto mais meu cheiro de suor. E, se eu quebro meus espelhos é porque não tem mais nada ali pra mim. Que quando é escuro, nuvens mudas choram pra limpar o sangue das ruas. Toda noite…
8.
Passos curtos e discretos, amanhecemos sem jeito. Escorremos entre os dedos, guardamos mil desejos. Por trás de lentes escuras protegemos do vento olhares tão inseguros, idades e segredos. E é tão errado, arde na pele e possui o ser. É vício não querer deixar morrer. Entediados, desesperados, fingimos não saber que é vício não querer deixar morrer. Ateus de seitas dispersas, celebramos mil deuses e contamos as desgraças de noites e espelhos. Confusos e embriagados, sentimos tanto medo das promessas e descrenças infestadas em nós mesmos. E é tão errado, arde na pele e possui o ser. É vício não querer deixar morrer. Entediados, desesperados, fingimos não saber que é vício não querer deixar morrer. Acordamos nas sarjetas exalando desespero. Esperamos tanto tempo e é tão injusto não termos a certeza de que o dia já não será mais o mesmo, ou mais drogas pra curar o vazio de nossos erros. E é tão errado, arde na pele e possui o ser. É vício não querer deixar morrer. E de tão jovens somos tão mortos querendo viver e é vício não querer deixar morrer. E entre mundos arruinados fingimos não saber que é vício não querer deixar morrer.
9.
Cor De Prata 03:49
Os garotos tem sede nos olhos. Não podem esperar. Que o que foi não será mais igual. Não pode esperar. Correndo à noite a gritar pra que o mundo escute. Não posso esperar. Perdemos tempo demais esquecendo quem somos. Não posso esperar. São tempos estranhos, de nuvens cor de prata, olhando o dia passar. Uma piada fútil, outro vício inútil, mas seremos imortais. Correndo à noite a gritar pra que o mundo escute. Não posso esperar. Perdemos tempo demais esquecendo quem somos. Não posso esperar. E se o mundo acabar, teremos tanto pra contar, por não esperar.
10.
Agora não há mais tempo. Vamos acender todos os becos e acordar todos os bêbados. Que a cidade tem sujeira nas veias e quer mais. Passamos tempo demais com os pés na lua e as mãos no inferno. Mas, somos vivos. Heróis desempregados tentam pendurar seus tênis nos fios de luz. Corações viciados queimam e as promessas, enfim, desceram da cruz. Agora não há mais tempo. Vamos, que a garganta é seca e as crianças tem faíscas gritando nos olhos. Agora não há mais tempo pra esperar.
11.
É bem certo que sou mais tal corpo sem paz a enlouquecer. Mas sei, perder o juízo é o que mais preciso para ficar bem. Por não ser assim, maduro. Por insistir em querer viver sempre no escuro, em querer sempre ter alguém pra tentar dividir um pouco dessa minha solidão. E ela sempre me diz não... Ela sempre diz. E eu me sinto abstrato, grudando pedaços que não ficam bem. Se sei que amar é mito, por que sempre insisto em outra você? Que me entrego por migalhas e sempre insisto em querer prosseguir buscando em vão e fingindo não saber que me vendo por tão pouco? Talvez no fim seja "EU" o motivo desse corpo nunca se satisfazer. Não sei ser porto seguro nem pra mim nem pra você. E não sei ficar contente nem ver graça nessa gente. Não sei gostar de ninguém. Eu sei, cobri meus espelhos com mil sacos pretos. Prefiro não ver que sou meu próprio vulto. Então perco o rumo a cada amanhecer.

about

Gravado, mixado e masterizado em Maio de 2009 por Gê Lucas, no Fábrica Estúdio.
Produzido por Gê Lucas e Nenê Altro.
Todas as letras e melodias de voz por Nenê Altro.
Todas as músicas por Nenê Altro, Edu Krummen e Gê Lucas, exceto faixa 5, música por Nenê Altro.
Arte de capa por Felipe Kroll.

Nenê Altro & O Mal de Caim, nessa demo, tinha a seguinte formação:
Nenê Altro – Vocal
Edu Krummen – Guitarra
Gê Lucas - Guitarra
Mavinho Acoroni – Bateria
Fabio Nasci – Baixo

credits

released May 1, 2009

license

all rights reserved

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about

Nene Altro & O Mal DeCaim São Paulo, Brazil

Banda pós-punk / darkwave de São Paulo-SP formada em 2004.

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